Amor é bom.
Amar é dom.
E eu descobri que não sei amar direito.
Descobri que não sei esperar.
Descobri que não sei me dar pouco.
Eu tenho pressa, mas o tempo passa e me diz “não”. Eu sou fogo, mas a chuva cai e me diz “não”. Eu sou terra, mas o chão cede e me diz “não”.
Pessoas imperfeitas não podem ser felizes?
Não sei. Mas não me importa. Eu só queria saber uma coisa, na verdade:
Eu queria saber amar menos.
Querer menos.
Fantasiar menos.
Ser menos eu.
Ou melhor.
Eu queria que o mundo aceitasse eu. E não tivesse medo de eu. E entendesse que só vai ter minha calmaria quem souber passar pela minha tempestade.
Porque há uma torrente irascível guardada por uma barragem esdrúxula dentro de mim. E ela implode ao menor toque. A correnteza é forte, a contenção é fraca. Tragédia anunciada, daquelas que a gente está acostumado a ver na TV.
Mas ela passa. Tudo passa, na verdade. Inclusive o Tempo. E de nada me adianta ter pressa, me diz. Ele vai continuar no seu ritmo, me pedindo calma, me ensinando a cada tique que não é assim que se faz. Segura um segundo. Medita um minuto. Ora a cada hora. O mundo não vai ter a calma que você espera. Ninguém vai ter a paciência que você precisa. Usa meu tempo pra encontrar em você o tempo de usar suas chaves. Se guarda quando tiver que se guardar, se abre quando tiver que se abrir. Não tranque seu coração, mas também não o deixe escancarado pra qualquer um. Não feche seu pensamento, mas não o deixe vagando por becos escuros. Se guarde, se preserve, se conheça, se ame. Eu, o tempo, sou seu amigo, e esse é o maior aprendizado que eu posso te dar.
Feliz 12 de junho ❤️