Robbie Jacks
Only a person who wanted to find the Stone - find it, but not use it - would be able to get it.
Albus Dumbledore




Essa é a quintessência da não-realização. Por que nos sentimos incompletos, ansiosos, em busca de um não-sei-o-quê incrível que será capaz de nos preencher e nos tornar plenos?

Passamos a eternidade buscando sonhos, interessados em alguma coisa que vai além do nosso alcance. Queremos tê-la, pegá-la, usufruí-la em sua completude, e cremos piamente que só ela nos salvará de nossas sinas, de nossos destinos. A pedra filosofal encanta, envaidece, cega. Tendo-a ou não, o magnetismo que ela exerce nos torna alheios a qualquer outra conquista. Só ela serve.

Mas, como Rowling nos alerta, não cabe a nós pôr as mãos em nossa pedra. Pelo menos, não por ganância própria. Enquanto estivermos sedentos, ela continuará perdida aí, no bolso de algum garotinho despretensioso com cabelo rebelde, que nem liga para nossa preciosidade. Para ele, aquilo é só mais uma pedra, um pedaço de rocha perdido em sua vida.

Descobri também que tenho em meu próprio bolso pedras de outras pessoas. Talvez sejam pedras de Drummond. Ou talvez eu faça com elas meu castelo. Tenho coisas que jamais almejei, faço coisas que jamais sonhei, ando em lugares e com pessoas com quem nunca tive interesse em estar. No entanto, sei que muitos não apenas sonharam com o que tenho, mas desejaram com força, e nada aconteceu. A pedra deles ainda está comigo, alheia a qualquer esforço de sua parte.

Sei que alguém segura minha pedra. Não sei se mereço tê-la. Mas também sei como sou sortuda de ter uma pedra comigo. Preciso achar a filosofia nessas que chacoalham e se embolam enquanto ando. Que cuidem bem dela por mim. Um dia ela volta pra casa.
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