Robbie Jacks




Sair da balada e fazer xixi em pé no muro da boate seria de lei. Tirar a camisa suada e voltar pra casa mostrando os bíceps também. Se eu fosse homem, essas seriam as primeiras "medidas" que eu tomaria. Mas não seriam as únicas.

Porque meu desejo, como mulher, sempre foi entender como é a vida para um homem: será que eles são folgados mesmo? Por que nunca ouvem quando a gente fala? E por que não reparam quando cortamos o cabelo? E a tampa da privada, é esquecimento ou pura preguiça?

Também gostaria de investigar todas as "estranhezas" dos homens: coçadinha no saco é fundamental? Será que dói mesmo lá na situação deles quando a gente pára a transa no meio? Será que os canais lacrimais deles funcionam? Será que a proporção de posições ginecológicas numa revista de mulher pelada está diretamente ligada ao nível de excitação do menino estúpido que a lê?

Pois bem, se eu fosse homem por um dia, eu aproveitaria pra entender tudo o que acontece em Marte. Nada como sentir na pele a dor e a delícia de ser o outro por um dia.
Robbie Jacks


Ontem, li no jornal uma notícia de que um calouro SP entrou em coma por causa de um trote dos veteranos da faculdade. Agora, outra menina (grávida), em RS, apareceu com o corpo cheio de queimaduras, causadas por mais um trote de mau gosto. Gente, o que que é isso?


Nunca fui fã de trote. Quando entrei no ensino médio, fugi do meu como diabo da cruz. Meu estômago embolava só de pensar que eu chegaria numa escola onde eu era nova e aquelas meninas maldosas me pintariam dos pés à cabeça, sem pena nenhuma do meu uniforme novinho e meu cabelo cuidadosamente lavado.


Não acredito que dar ou receber trotes é uma chance de fazer amigos. Aliás, conheci minhas melhores amigas FUGINDO deles. Ninguém tem o direito de me fazer pedir dinheiro no sinal, contar a largura da quadra poliesportiva com palito de fósforo ou me fazer trocar de sutiã com outra menina. O trote, que deveria ser sadio e opcional, muitas vezes é "obrigatório" nas escolas e universidades. Há uma divisa enorme entre brincadeira e violência gratuita, e o que se tem visto são veteranos cruzando essa linha sem o mínimo de culpa, e isso é preocupante.
Robbie Jacks


Já diz o meu profile no orkut: "Cuidado! Engulo elefantes e engasgo com mosquitos!"
Não sou do tipo de pessoa que leva desaforo para casa. Antigamente, eu resolvia tudo na briga, no grito. Mas, por quase sempre levar a pior, percebi que, às vezes, é melhor ignorar um comentário maldoso do que confrontá-lo e começar uma discussão.

Só que, nessa de "fingir que não é comigo", acabo sobrecarregada. Engulo sapos (que às vezes nem são meus) e a cabeça vai enchendo, a paciência vai acabando e, de repente, por causa de algo mínimo (daí a metáfora do mosquitinho) explodo na frente de quem for. Não preciso nem dizer que continuo levando a pior, né?

Talvez a solução seja nunca mais engolir sapos. Ou talvez, degustá-los de vez em quando, com classe e muito refrigerante, para ajudar na digestão. O que não dá mais é engolir montes desses anfíbios nada apetitosos e acabar vomitando nos outros, ou pior, ficar com os bichos entalados e acabar com um nó na garganta, uma prisão de ventre que laxante nenhum no mundo resolve.
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