-Perder a pochete (que agora já virou mochila!!); -Parar de procastinar pra não ficar que nem louca correndo atrás de prazo; -Decidir se caso ou compro uma bicicleta (porque patins eu já tenho!) -Resolver se fico no Brasil ou vou de mala e cuia pra Austrália; -Prestar mais atenção aos sentimentos dos outros, para (tentar) evitar feri-los.
É isso. Acho que, esse ano, vou seguir o lema dos AA: um dia por vez. Será que consigo?
Embora eu ainda esteja embuída do espírito natalino (afinal, estamos a 19 dias da data), não posso deixar de notar outra data que está se aproximando e deixando muita gente ansiosa: o carnaval.
Carnaval, no Rio, é basicamente centrado nas escolas de samba. É claro que os blocos de rua fazem a festa dos foliões menos abastados, mas a única coisa capaz de mover essa cidade com 3 meses de antecedência são os ensaios nas quadras.
Quando eu era pequena, passava todos os meus carnavais em Padre Miguel. Daí veio minha paixão pela Mocidade. Era muito legal ficar na casa dos meus tios, me fantasiar e sair na rua com eles, mesmo que, depois de alguns segundos, eu quisesse voltar correndo pra casa com medo dos bate-bolas. Tínhamos também uma superstição: se minha mãe não fosse a Padre Miguel na época do carnaval, nem que fosse só para uma visita rápida, a Mocidade não ganhava o desfile. Uma vez, após um desfile especialmente maravilhoso, cheguei a brigar com minha mãe, achando que a escola tinha perdido por culpa dela. Ironicamente, a Mocidade nunca mais conquistou um título desde que minha querida mãe faleceu.
Minha primeira lembrança de carnaval é estar na casa da minha vizinha, com apenas 2 anos de idade, cantando a plenos pulmões o samba de 84 do Salgueiro, enquanto minha mãe babava. Ganhei também um concurso de passista mirim em 1988, e todo mundo achava que eu seria DO samba. Mas, na primeira vez que fui a um ensaio, o barulho da bateria foi insuportável. Desde então, passo longe das quadras.
Assim, sem pique pra aguentar a maratona dos ensaios e desfiles, e sem ânimo pra ver minha escola do coração perder mais uma vez, me afastei do carnaval. Enquanto um bando de gringo paga caro para ver de perto a magia no Sambódromo, eu fujo para o litoral, para a Europa, para a Oceania (ah,que saudade). Não consigo achar as notas justas e, embora ainda ria demais com a apuração, não posso dizer que torço para ninguém, pois não vejo mais os todos os desfiles.Imagina se eu vou ficar sentada naquela arquibancada dura, doida pra ver minha escola passar, e saber que, no final, o resultado não vai ser o esperado? Mas quem sabe? Se me oferecerem um lugarzinho no camarote da Brahma, meu espírito carnavalesco bem que pode voltar com força total...