Blog eu não teria. E você não me conheceria (óbvio!).
Pirataria seria coisa de literatura futurista.
Meu círculo de amizades teria o diâmetro de um compasso escolar.
Eu não receberia aquele scrap comprometedor que acabou com meu namoro.
Teria que esperar até 2010 para assistir à 4ª temporada de LOST .
Teria muito mais calos nos dedos de tanto escrever cartas.
E minha conta de telefone iria às alturas!
Não saberia METADE das fofocas de celebridades que sei hoje.
Ainda teria que usar a biblioteca para fazer os trabalhos de escola.
Ainda me acharia a única fã do Michael Jackson do mundo.
E pior, teria que arranjar algo pra fazer nas 16 horas que passo sentada aqui na frente do PC!
Eu acabei de formular uma teoria : ficar sem internet deve ser igual a ficar sem luz, guardadas as devidas proporções. Primeiro a gente se desespera, acende vela, tropeça na mesinha de café, xinga a Light e tudo o mais. Depois que o corpo, a mente e os olhos se acostumam com a escuridão, a gente se pega usando a lanterna do vovô pra contar histórias de terror, fazendo pipoca, relembrando histórias de quando tínhamos 10 anos de idade e criando bichos de sombras na parede da sala. Daí, quando a luz volta, a gente fica feliz mas lá dentro bate uma tristeza de não ter mais que ficar ali, junto de todo mundo, distraindo-se e dividindo gargalhadas, e cada pessoa volta para seu quarto, sua televisão, seu computador, sua vidinha.
assim é a minha Páscoa, e deve ser a de muita gente também. Como não tenho aquela estrutura familiar de comercial de margarina, quase ninguém aqui em casa lembra que Deus existe na hora da ceia. E será que ele existe mesmo?
Toda a estória de que Jesus ressuscitou e subiu aos céus é o motivo pelo qual celebramos a Páscoa, mas, a meu ver, é um assunto completamente diferente em acreditar em Deus, Aquele que parou de atrasar o ônibus pra mim (agora ele me força a dar um sprint e perder umas calorias- valeu, Deusão!). Eu rezo, choro, imploro e até brigo com esse Deus que convive comigo. Independente de qualquer feriado.
Se estou rezando certo, não sei. Se tem alguém me escutando, não sei e nem quero saber- tenho horror a coisas do além. Mas continuo pedindo, noites sim e, quando o sono bate, não, que essa fé que me acompanha se fortaleça porque, se a gente não acredita em nada, acho que a vida fica mais chata, mais triste, mais sem-sentido. O meu Deus, que não sei se é o mesmo que o seu, continua me dizendo baixinho todas as noites que tudo vai, enfim, ficar bem. E é só isso que eu preciso pra ser feliz. Graças a - quem mais?- Deus.
PS: Eu como peixe na Semana Santa sim, porque eu sou supersticiosa e não quero que meu bebê nasça com cara de bife. Agora, que Semana essa que só dura 4 dias??? Bom, melhor, pq eu ODEIO peixe!!! rsrsrs
NÃO. Não ficaria. Por que? Oras, se o cara é gay, não vai querer nada com uma mulher, certo? Homem é homem, paca é paca e gay é gay, pelo menos assim eu acho. Se é um homem que gosta de 'meninos e meninas', então é BI. Mesmo assim, diria NÃO. Sei lá, se a gente já fica insegura de o menino sair por aí beijando outras meninas, imagina a possibilidade de ele sair sendo atraído por praticamente TODA a população? Sim, porque o mundo é gay, e eu só vivo nele. Ou vivo só, sei lá.
O caso é que tá todo mundo louco. O BBBundão do Marcelo se assumiu gay mas confundiu todo mundo ao não se conter perto daquela menina lá, a separadora de casais. Como isso pôde acontecer? Ou ele é gay, ou não é. E se ele é e não é ao mesmo tempo, então é BI, entende?
Entonces, para evitar confusões de rótulos, bocas e desejos, eu não ficaria com gay. Até porque eu ainda estou tentando entender minha relação com os heteros que restam neste mundo...
Pintei meu cabelo de Louro-Monroe, fiz lipo, botei silico, minha mãe deu três ataques. Gastei a mesada em roupas, plastifiquei o nariz , botei botox nos lábios, meu pai nem me reconheceu. Fiz aulas de canto, dança, teatro, dormi com o diretor. Comecei clássica, vintage, "antique", quase uma pin-up : me acharam fora de moda. Mostrei então uma vibe moderna, ousada, um girl power bem avant garde: muito 'dois-mil-e-vinte', disseram. Revoltei, escrachei, repintei-me de tchutchuca, mostrei tudo de todos os ângulos em todos os lugares, dancei até o chão chão chão, arranquei tufos de cabelos alisados das concorrentes: caí no lugar-comum. Relegada aos programas de (falta de) catiguria, aos reality shows decadentes e escolas de samba deploráveis, perdi meu momento: me perdi no momento. Achei que, se pela fama vale tudo, se eu fizesse de tudo ela viria. Mas não veio. Acho que faltou ser eu mesma...