"... quem vê você chegar com tantas cores
E vê você passar perto das flores
Parece que elas querem te roubar..."
Nos dias de Sol, lá estava ela pra me alegrar.
Nos dias nublados também.
Nos dias de chuva, enquanto a escola me esperava, eu me trancava no quarto e, ao som dela, criava minha novelinha particular, estrelada pelas minhas Barbies e Kens.
Cresci, e ela cresceu em mim. Passei a entender e me identificar com sua letra no momento em que me apaixonei pela primeira vez. Amor bem bobinho e platônico, como tinha que ser. E lá estava ela, musicando meus sonhos.
Hoje ela ainda toca, e como me toca. Preciso dessa nostalgia, do ruído da agulha no vinil, do gaguejo no segundo refrão, da voz abafada dos cantores. Preciso constantemente fechar os olhos e resgatar a pureza e a intensidade do que sentia ouvindo essa música. Porque nada é mais puro e intenso do que uma letra de música, especialmente quando se é criança. E lembrar essa simplicidade passada é um baita alívio para um presente tenso. Por isso, passo-a adiante: ouçam-na. Faço melhor: descubram a SUA música. Redescubram essa ingenuidade , esse lugarzinho dentro de vocês que se encanta com as pequenas coisas, que se arrepia com um simples acorde, uma palavra, que ainda sonha com o maravilhoso. Aí vocês vão entender o que digo.
"Se enamora, que fica tão difícil de ir embora
E às vezes, escondido, a gente choraE chora mesmo sem saber por quê...
Se enamora, a gente de repente se enamora
E sente que o amor chegou na hora
E agora, gosto muito de você..."
Do Balão, sempre MÁGICO.