“Vai,vai embora mesmo, você não é nada pra mim,garota. Toma aqui essa coleção ridícula desse boiola do Paul McCartney e aproveita e leva esse monte de cartinha, fotinhos, que já estão me dando nojo! Eu era muito mais feliz antes de te conhecer!"
Assim que ela bateu a porta, chorando incontrolavelmente, ele sentiu um alívio. SOLTEIRO!SOLTEIRO! Chega de perder as viagens com os amigos, de combos vídeo-pipoca em plena sexta à noite, de almoços entediantes na casa da sogra sorridente.LIBERDADE, como eu te amo!!
Sua primeira providência foi ligar para os ‘manos’: “Tô na pista,véio! É pegar até cansar,brow!!!!
E assim ele foi. Dia de micareta, foi armado com o melhor dos aromatizantes bucais: balinhas de hortelã. E o que se viu na festa só se compara a um Katrina em menores proporções: pegou uma,duas,três,dez,quinze, perdeu a conta e continuou pegando. Só parava pra se gabar pros amigos e tomar umas geladas. Música? Nem percebeu que estava tocando. Mas uma coisa ele percebeu: ela, ali, com as amigas, levando uma cantada de um sem-vergonha qualquer. Nessa hora, bateu uma tristeza misturada com raiva, uma vontade de chorar quando se lembrou dos telefonemas apaixonados, dos passeios, da primeira vez dos dois, da vida que partilharam, e uma vontade de explodir e esmurrar a cara daquele infeliz...
Ela também o viu. Sem poder disfarçar sua tristeza, começou a chorar ali mesmo, e virou o rosto tentando se esconder. Ele, ao também se perceber vulnerável no meio dos amigos do peito e da primeira menina que amou de verdade, fez o que todo homem (que se diz homem) em sua situação faria: agarrou e beijou furiosamente a primeira garota que passou.
Você pensou que seria diferente?