Robbie Jacks


Sabe aqueles filmes de amor melosos, tipo "Doce Novembro" e "Diário de uma Paixão"? Minha vida poderia muito bem ser contada dentro de um deles, se eu não fosse desvairada e complicada.

Tudo na minha vida vira comédia. Seja drama, romance, suspense ou terror, tudo um dia vira piada na minha mão. Já é coisa minha brincar com a vida. Meu humor, muitas vezes negro, é o que me ajuda a superar muitos períodos difíceis. Afinal, é melhor rir do que chorar, né?

Ruim é quando coisas lindas, dignas de cinema mesmo, acontecem comigo, e eu desato a rir. Foi o que aconteceu com meu ex. Nossa história era tão fantástica que todos que a conheciam diziam que dava um filme. E dava mesmo: quando ele contava, o filme era de amor; quando eu contava, a história virava pastelão. Nem preciso dizer que ele não gostava nada nada do meu jeito de contar, né?


Mas comigo é assim: solteira ou namorando, chorando ou caindo, sempre arrumo um jeito de rir. Minha vida é colorida como uma comédia à la Jim Carrey, e espero que seja sempre assim.
Robbie Jacks


Eu me lembro bem de quando deixei de ser criança: aos 14 anos, embora eu ainda tentasse, as bonecas não me atraíam mais. Às vezes eu passava horas arrumando a casinha delas, para no final descobrir que me divertia mais arrumando do que brincando. Primeiros sinais de dona-de-casa?

Para complicar ainda mais, vieram eles, os temidos garotos! Como o Joãozinho passou de moleque remelento a gato fofíssimo eu não sei, mas, de repente, todos os meus pensamentos envolviam aquele garoto que costumava descer para brincar sem tomar banho. E eu, que só conhecia beijo nas novelas, me vi praticando no espelho, para na hora H não babar demais ou ficar com olhar de peixe morto.

Deixar de ser criança, apesar de um pouco confuso, não foi nem um pouco difícil. Troquei as bonecas por amigas, os bonecos por meninos. Troquei os desenhos por música, os quadrinhos por revistas. A única (e melhor) coisa que restou foi meu jeito moleca, que ainda se empolga quando vê uma bola de futebol e continua vendo resquícios de remela naquele vizinho que é, de fato, um gato fofíssimo.
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